“somos o único animal que tropeça duas vezes na mesma pedra”. Nossa memória é a grande responsável por essa tragédia ética. É verdade que alguns eleitores trocam o voto por dinheiro, dentaduras, sapatos, cestas básicas ou até mesmo celulares no dia da eleição. Mas isso é uma minoria. São as massas (de todas as classes sociais: elites e classes A, B, C, D e E), no entanto, que decidem as eleições (e que votam nos corruptos). Como isso acontece?
Nosso cérebro memoriza e aprende as coisas da vida por meio dos êxitos, não dos fracassos. O homo sapiens, nos primórdios, aprendeu a caçar suas presas pelos êxitos, não pelos erros. Fracassos nós deixamos de lado rapidamente. Quem gosta dos nossos fracassos são os nossos inimigos. Por isso em ano eleitoral os pré-candidatos começam a aparecer do nada criticando os seus adversários. Alguns planejam ações comunitárias limpando ruas, canteiros, canais, colocando banco em praças, cumprimentando vizinhos e fazendo reuniões que tem como tema apontar os problemas do bairro ou da cidade. Do outro lado estão os políticos eleitos que vão tentar a reeleição e para isso começam a visitar primeiro as comunidades mais carentes, agilizam melhorias que poderiam ter sido feitas “antes“ durante o longo mandato de quatro anos.
POLÍTICA NO BRASIL OPORTUNIDADE DE EMPREGO E CONQUISTA DE PODER
O fato é que a política no Brasil se tornou uma oportunidade de emprego ou a chance de conquistar o poder para trazer melhorias individuais para o “eleito” ou melhorias coletiva para um grupo seleto. No contexto geral o povo precisa entender que o poder da mudança está nas urnas. Se falta competência ética e política para candidato (A) ou (B) não volte neles. O povo precisa ter consciência na hora de votar, para não sofrer mais tarde.
POR QUE ISSO ACONTECE?
A verdade é que nossa memória registra pouco dos nossos fracassos (e provoca poucas mudanças estruturais e comportamentais). É por isso que, como se diz popularmente, “somos o único animal que tropeça duas vezes na mesma pedra”.O brasileiro é conhecido popularmente por ter memória curta.
O que mais queremos na vida são as recompensas, as vantagens, os benefícios, a sensação de bem-estar, a satisfação dos interesses, o prazer, a alegria, enfim, as coisas boas. Ninguém se interna num hospital para passar umas férias. Nas nossas ações diárias, quando ativamos esse sistema de recompensa, queremos resultados positivos (bons, prazerosos). Se eles acontecem, nossa memória (por força de uma série de mecanismos cerebrais) registra o ocorrido e nos faz aprender, ou seja, nos faz reproduzir no futuro o mesmo comportamento para obter novas recompensas. Por isso políticos e pré-candidatos aparecem neste momento tentando mostrar trabalho para população.
O professor Michael Barzelayo associou o futebol com a política no Brasil
O professor Michael Barzelayo especialista em gestão publica na (LSE, Reino Unido) usou o tema como tese de trabalho, ele diz que no Brasil, existe o famoso toma lá dá cá seja no futebol ou na política. O jeitinho brasileiros está impregnado nessas duas paixões nacionais. Os clubes brasileiros não seguem os exemplos de organização e gestão dos clubes europeus e por isso vem perdendo o título de país do futebol. Os melhores jogadores do país são vendidos para beneficiar empresários e diretores dos clubes sem pensar nos torcedores. Na política acontece a mesma coisa os governos federais estaduais e municipais não se espelham em exemplos internacionais que funcionam fora do Brasil. A impressão que isso transmite é que os governantes precisam manter o país, o estado e as cidades no caos para continuar no poder. Os famosos currais eleitorais.
No atual momento do Brasil tanto na política quanto no futebol as pessoas “mais conscientes e de boa índole, estão mais atentas no que vem acontecendo no país e tentando melhorias. As redes sociais vem dando voz ao eleitor e também ao torcedor. Concluiu Michael Barzelayo.