O representante comercial Walter Parreira, de Santos, na Baixada Santista, foi preso por financiar o ato golpista em Brasília em 8 de janeiro. Ele é formado em História e Publicidade e fundador do grupo Trincheira Patriótica de Santos, que esteve a frente das grandes mobilizações na Baixada Santista.
A prisão de Parreira aconteceu na manhã desta quarta-feira (25), durante a 19ª fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, que investigava indivíduos que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos da instituição.
O representante estava na mira da Polícia Federal após aparecer como contratante de um ônibus que saiu de São Vicente, no litoral paulista, rumo ao centro de Brasília no dia 7 de janeiro. Em vídeos, ele não escondeu a participação em atos democráticos.
As promessas na convocação de golpistas incluíam “ônibus novos, superbons, sem custo. O passageiro só pagaria o que consumisse na estrada. Para quem tem disponibilidade para viajar, tudo pago. Tem que ficar acampado. E, se tiver mais pessoas, conseguiremos mais ônibus”. Já dentro do ônibus, a caminho da capital da República para participar dos atos terroristas, Parreira fez um apelo: “Está sobrando ônibus e faltando patriota”.
Em outro vídeo, que repercutiu na internet, ele revelou o alto valor da excursão. Ele falou sobre a viagem e o objetivo dos atos terroristas, além de pedir a ajuda de empresários para contribuírem com outras caravanas.
Questionado em janeiro de 2023, Parreira afirmou ter ido à capital para um congresso Seicho-No-Ie [religião de origem japonesa]. Em nota, a instituição informou que não houve reunião na data citada.
O advogado de defesa, Augusto Cesar Cardoso Migliori confirmou que Walter foi conduzido à Polícia Federal por conta dos atos de 8 de janeiro. “Ainda são objetos de investigação. O que temos de informação é que houve um mandado de busca a apreensão, expedido pelo ministro Alexandre de Morais, e ainda não tivemos acesso aos autos do processo”, falou.
O advogado explicou que, o que consta para ele, é que houve de fato a presença de Walter no dia do ato. Porém, a participação dele ocorreu foi de forma ordeira e pacífica.
Migliori esclareceu que ainda não teve contato com Walter Parreira. O representante comercial foi conduzido ao Centro de Detenção Provisória de São Vicente.
Fonte: G1 Santos