Um vídeo feito por uma cuidadora em setembro de 2022, e divulgado somente nesta quinta-feira (9), mostra uma professora da Escola Estadual Dr. Leopoldo Meira de Andrade, de Matão (SP), agredindo verbalmente e fisicamente um menino com Transtorno do Espectro Autista (TEA) de 9 anos, que estudava no 4º ano do ensino fundamental.
Segundo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP), a professora Patrícia Mota foi investigada por maus-tratos e a Polícia Civil relatou o caso à Justiça. Ela e as outras duas funcionárias envolvidas e a cuidadora que fez as imagens foram exoneradas.
Na gravação de mais de 20 minutos é possível ver a mulher:
- Prensando o garoto várias vezes contra a parede;
- Prendendo o menino no chão, segurando suas pernas com o joelho e imobilizando seus braços com as mãos;
- Empurrando o menino pela sala toda até que ele bate contra a parede;
- Gritando o tempo todo, chama o menino de onça e sujo, diz que vai chamar a polícia;
- Segurando a criança pelo pescoço e prensa o rosto dela no chão;
- Torcendo o braço do menino várias vezes;
- Batendo com a mochila no rosto dele;
- Tampando a boca dele;
- Segurando a bolacha sobre a cabeça do menino, proibindo-o de comer.
Aos prantos por diversas vezes o garoto pede para que ela o solte. Outras duas funcionárias também participam da agressão. Em um determinado momento, as três imobilizam a criança, que grita desesperada.
As agressões são feitas sob o olhar dos outros alunos na sala de aula, que, ora riem, ora tampam o rosto, e também no pátio da escola.
A mãe do menino, que hoje tem 10 anos, disse que começou a perceber uma mudança de comportamento nas atitudes do filho, principalmente quando ele chegava da escola. A tia da criança, Sandra Simonetti, diz que a forma como a professora agiu não deixou o seu sobrinho sair da situação.
O advogado da família advogado entrará com um processo civil contra as três funcionárias da escola envolvidas nas agressões, por dano moral. A denúncia foi encaminhada ao Ministério Público.
Em depoimento, a professora disse que o menino teve um surto muito forte e para tentar acalmá-lo foram necessários contatos físicos. Ela confessou ter perdido o controle da situação. Disse ainda que não agiu por má fé ou malícia e reconheceu um possível exagero e rigor físico e ofensas desnecessárias.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) informou, por meio de nota, que foi disponibilizado o acompanhamento do aluno pelos profissionais do psicólogos da educação, se for autorizado pelos pais.
Disse ainda que as três docentes envolvidas e a cuidadora não fazem mais parte da rede estadual desde 2022 e que a pasta não compactua com desvios de conduta e segue colaborando com as investigações.
Fonte: G1