A equipe policial comandada pelo delegado Marcelo Gonçalves prendeu um homem de 40 anos que matou a esposa, de 39, por estrangulamento e forjou o suicídio dela, em Santos, na Baixada Santista.
De acordo com Gonçalves o cenário do crime foi desconfigurado e montado para que parecesse que a mulher tivesse se matado. O caso foi desvendado a partir das provas colhidas na cena do crime e mediante análise dos autos dos institutos de Criminalística (IC) e Médico Legal (IML). O homem foi detido na terça-feira (6).
Na época , o esposo havia relato que teria encontrado a vítima com um pano e um laço na parte da nuca, de bruços e que ela teria se suicidado. O problema é que com a vinda dos laudos fica demonstrado que essa vítima sofreu várias lesões.
O delegado explicou que os laudos apontaram que as marcas no corpo da vítima foram feitas em 16 de abril [data em que foi encontrada morta]. Além disso, o laudo do IML apontou que a vítima estava sob efeito de álcool e zolpidem [remédio que induz o sono].
Com a análise das provas, os policiais do 2° Distrito Policial de Santos concluíram que houve feminicídio e descartaram cientificamente a possibilidade de suicídio. “O pano possuía manchas de sangue, a vítima possuía um ferimento perfurante e foi notado nos laudos a presença de sangue na parede que subentende-se que foi esguicho”.
Segundo o delegado, o perito que atendeu a ocorrência disse não ter encontrado nenhum objeto que fosse compatível com as lesões apresentadas pela vítima. “No nosso entendimento o pano não foi utilizado, foi usado outro instrumento para o estrangulamento”.
A delegada titular do 2° DP, Déborah Lázaro, enfatizou que a investigação foi longa e trata-se de um caso diferenciado. “Precisou ser investigado com afinco. Preliminarmente, [foi tratado como] um suicídio e agora descobriu-se um feminicídio através de confronto de depoimentos, declarações, os próprios laudos foram analisados com mais rigor e descobriu-se discrepâncias, principalmente nas lesões suportadas pela vítima”.
Fonte: G1 Santos