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Idosa morre aos 81 anos com feto calcificado em seu abdômen a mais de 5 décadas

Foto: Reprodução

Familiares da idosa Daniela Almeida Vera, de 81 anos, que morreu após uma cirurgia realizada para retirar um bebê que estava calcificado em seu abdômen, explicaram que a vítima tinha muito medo de ir ao médico. Segundo uma das filhas dela, Rosely Almeida, de 21 anos, a idosa, que era indígena, preferia tratamentos alternativos.

Daniela morreu um dia depois da cirurgia, no Hospital Regional de Ponta Porã, região sul de Mato Grosso do Sul. Ela passou muito tempo reclamando de dores na barriga, mas só depois que passou por uma tomografia 3D descobriu que carregava um “bebê de pedra” há 56 anos, data da sua última gestação.

A filha de Daniela, no entanto, alega que a mulher pode ter passado mais tempo com o bebê na barriga, porque ela reclamava para o marido de dores na barriga desde a primeira gestação, que teve com outro homem, quando ainda era adolescente.

“Meu pai disse que ela já tinha isso há muitos anos. Quando ela teve o primeiro filho, com outro homem, ela já reclamava dessa dor, isso desde novinha. Ela falou pra que parecia um bebê que se movia dentro da barriga dela e às vezes ela sentia enjoo, mas a gente nunca desconfiava que era isso. Foi desde a primeira gravidez, não sei que idade ela tinha”, disse Rosely.

A secretária de Saúde de Aral Moreira, Adriana Veron, explicou que agora será realizada uma análise clínica do feto calcificado. A partir do estudo, será possível responder mais detalhes sobre bebê, como o tempo que ele ficou na barriga de Daniela.

Agora, a família vive o luto pela matriarca que deixou sete filhos e 40 netos.

O secretário de Saúde de Ponta Porã, Patrick Derzi, explicou que o nome da condição é litopedia. Derzi, que também é médico, comentou que o quadro clínico da idosa é considerado um tipo raro de gravidez, que só ocorre quando o feto de uma gravidez abdominal não reconhecida morre e se calcifica dentro do corpo da mãe.

“A litopedia é um tipo raro de gravidez ectópica [tipo de gravidez quando o óvulo fertilizado se desenvolve fora do útero], e ocorre quando o feto de uma gravidez abdominal não reconhecida morre e se calcifica. O ‘bebê de pedra’ é resultante e pode não ser detectado por décadas, e pode causar complicações futuras”, comentou o secretário.

Fonte: G1