O Instituto Gremar registrou, apenas durante os três primeiros meses de 2021, o resgate de 24 animais vivos e recolheu 91 animais mortos, entre aves, mamíferos e tartarugas, nas praias dos municípios de São Vicente, Santos, Guarujá e Bertioga, conforme dados do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). Dentre a fauna encontrada sem vida, as causas de letalidade seguem sendo consequência de ação humana, indo desde colisões contra embarcações a até ingestão de resíduos sólidos.
Dos 24 animais vivos resgatados, foram 14 aves: sete atobás (Sula leucogaster), dois gaivotões (Larus dominicanus), um bobo-grande (Calonectris diomedea borealis), um bobo-pequeno (Puffinus puffinus), um trinta-réis (Anous stolidus), um biguá (Phalacrocorax brasilianus) e uma fragata (Fregata magnificens); e dez tartarugas-verdes (Chelonia mydas). Destes, seis já foram reabilitados e reintegrados à natureza: quatro atobás e duas tartarugas-verdes.
Em contrapartida, dentre os 91 animais mortos recolhidos estavam cinco aves, todas da espécie Sula Leucogaster (atobá) e 18 mamíferos, sendo 16 da espécie Pontoporia blainvillei (toninha), um da espécie Sotalia guianensis (boto-cinza) e um não identificado devido a avançado estágio de decomposição.
Além disso, destaque para as tartarugas marinhas: 68 ao todo. Destas, 50 são da espécie Chelonia mydas (tartaruga-verde), dez da espécie Caretta caretta (tartaruga-cabeçuda), uma da espécie Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva), uma da espécie Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-pente) e seis não identificadas também devido a avançado estágio de decomposição.
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Dentre as interações com o ambiente que resultaram em óbitos dos animais, foram identificados sinais de colisões com embarcações, ingestão de resíduo sólido, ou seja, lixo, e também interação com petrechos de pesca e
dragagem.
Segundo os profissionais do instituto que trabalham em operações de resgate e tratamento, os animais marinhos são vulneráveis à mortalidade por equipamentos de pesca em diversas situações, como o curto período entre o anzol deixar o barco e afundar. Eles também podem ser fisgados e potencialmente feridos durante o recolhimento da linha, além do fato de iscas e petrechos descartados incorretamente também atraírem o animal, que pode confundi-los com alimento. Da mesma forma, a presença de lixo no mar.
Atenta às recomendações das autoridades de saúde devido à pandemia do Covid-19 desde o primeiro trimestre de 2020, a equipe do Instituto Gremar em conjunto com a coordenação do PMP-BS área SP e a Petrobras, tem adotado medidas rígidas para prevenir o contágio e dar continuidade ao trabalho de resgate e reabilitação de animais marinhos da melhor forma possível. O uso de equipamentos e insumos adequados, o trabalho em home office do setor administrativo e a restrição do número de colaboradores nos recintos dos animais, salas de cirurgia e manejo, além do monitoramento, estão entre eles.
Fonte: Diário do Litoral