A Polícia Civil prendeu na manhã desta terça-feira (14), quatro pessoas na região suspeitas de fazer parte de uma quadrilha que desviava hipoclorito de sódio, substância usada no tratamento da água de São Paulo para eliminar vírus e bactérias. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos em Santos, São Vicente, Cubatão e Praia Grande.
Ao todo a ‘Operação 1791’, comandada pela Polícia Civil de Santo André, cumpre 15 mandados de prisão e 27 mandados de busca e apreensão relacionados ao desvio de cargas de hipoclorito de sódio e outros derivados químicos, segundo a Secretaria de Segurança Pública. A ação é coordenada pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise).
As investigações da Polícia Civil mostram que caminhões de uma transportadora abasteciam em Cubatão e ao invés de seguirem com o hipoclorito de sódio direto para os seus destinos, paravam em galpões clandestinos para descarregarem parte da carga, localizados em sete cidades do Estado de São Paulo. No lugar do composto químico retirado colocavam água e seguiam para as estações.
Na Baixada Santista, um dos galpões ficava no bairro Rio Branco, em São Vicente, onde a polícia achou galões com a substância e uma arma de fogo com a numeração raspada. Na região foram cumpridos três mandados de prisão e três de busca e apreensão. Uma quarta pessoa foi presa em flagrante durante a ação. Já em um galpão em Guarulhos, o cloro era usado para fazer produtos de limpeza.
A Polícia Civil começou as investigações após receber uma denúncia de que a empresa vencedora da licitação, em maio de 2019, desviava parte da carga do composto químico antes de descarregar nas 120 estações de tratamento. No contrato, a transportadora deveria carregar 18 mil toneladas de hipoclorito de sódio, compradas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), de maneira fracionada.
A Polícia Civil ainda não divulgou o nome dos presos. Eles são acusados de furto, receptação e/ou organização criminosa, com agravante por terem cometido crimes contra um órgão público e contra a saúde pública, porque o hipoclorito é usado para tratar a água distribuída para cerca de 28 milhões de pessoas em todo o Estado.
SABESP
A Sabesp disse, em nota, que acompanha as investigações e os desdobramentos do caso e tomará todas as medidas judiciais para ressarcimento de eventuais prejuízos junto a esses fornecedores.
Informou também que a adição de cloro é uma das etapas do tratamento da água e seu uso é dosado por meio de processo automático, que corrige os níveis de pureza conforme a necessidade. A Companhia esclareceu que a água tratada é analisada em laboratórios certificados antes da entrega ao consumidor, o que assegura sua qualidade, sem riscos para o consumo.
Disse ainda que segue a legislação brasileira, do Ministério da Saúde, que estabelece parâmetros para qualidade da água e, para controlar isso, são realizados 90 tipos de testes e mais de 90 mil análises mensais que aferem turbidez, cor, cloro, coliformes totais, dentre outros.
Fonte:Diário do Litoral