Início Entretenimento Como é o dia-a-dia dos cadeirantes em São Vicente

Como é o dia-a-dia dos cadeirantes em São Vicente

A falta de manutenção das vias públicas gera muitos transtornos para quem mora em São Vicente. Enquanto gravávamos a reportagem, por exemplo, flagramos uma pedestre que caiu em um buraco e se machucou.


Se já é difícil para ela, imagina para quem é deficiente físico.

Encontramos o Júlio Cesar no Centro de São Vicente. Ele teve paralisia infantil aos 9 anos de idade e nos contou como é a rotina de quem é cadeirante na cidade. “É horrível! Eu mesmo, tenho que andar muitas vezes no meio da rua porque não tem como andar nessas calçadas. E é perigoso ter que andar entre os carros porque o pessoal tira ‘fina’ da gente, mas não tem outro jeito”.

A falta de acessibilidade não gera transtornos apenas no ir e vir do seu Júlio Cesar. Ele vende balas no semáforo na Avenida Conselheiro Nébias, em Santos. “O cadeirante tem aquele problema do emprego porque não é em todo lugar que é adaptado para um cadeirante. Eu já tive várias recusas de trabalho, locais que eu tinha o currículo pra poder trabalhar, mas não consigo trabalhar porque não tenho acessibilidade”.

E pra chegar até o local de trabalho informal, a locomoção também é um grande problema. “O elevador vive quebrando, não tem manutenção periódica. Eles saem da garagem, muitas vezes, sem conferir se o elevador está funcionando”.

Segundo a Lei Complementar nº 987, de Uso e Ocupação do Solo do Município de São Vicente, (Art. 4º, item XVI), “São diretrizes para o parcelamento, uso e ocupação do solo: a garantida acessibilidade no espaço urbano e no uso do solo, de acordo com legislação vigente.

De acordo com o Portal da Transparência da Câmara Municipal de São Vicente, o tema “Acessibilidade” para pessoas com deficiência física não foi levado à pauta durante todo o ano de 2020.