Há exatos 40 anos, no início daquela tarde ensolarada, a notícia correu de boca em boca a uma velocidade incrível:”O KOYU RENUNCIOU!””KOYU NÃO É MAIS PREFEITO!””KOYU SAIU!”
Parecia apenas um boato, mas logo, as ondas das rádios locais confirmavam insistentemente que o chefe do Executivo vicentino colocara de fato o cargo à disposição, cumprindo assim uma promessa feita semanas antes.
Aos que ainda não entendiam, inevitáveis interrogações pairavam no ar, as quais foram rapidamente dissolvidas com uma ética postura: Koyu entregara a cadeira por não concordar com a prorrogação do mandato por mais dois anos, afinal, fora eleito para governar a cidade por quatro anos, quatro anos ficaria e os quatro anos expiraram no dia anterior.
Desse modo, estava convicto de que tomara a atitude correta, determinada por sua ilibada consciência e, de cabeça erguida, deixou o Palácio Martim Afonso na condição de um político que cumpriu com todas as suas obrigações; e obrigações que tiveram méritos.
Dali até as eleições programadas para novembro de 1982, voltava a ser um cidadão comum, que, independente de cargos, sempre amou a sua cidade. Dos 3794 prefeitos que havia no Brasil de 1980, apenas Koyu Iha e o então prefeito de Ubatuba, José Nélio de Carvalho recusaram a prorrogação de seus mandatos.
A nobre atitude de Koyu entrou para a História de São Vicente e lhe valeu uma admiração, que, se já era grande, tornou-se quase unânime, que por sua vez desdobrou-se em uma brilhante sequência na vida política, assim elegendo-se novamente à Assembleia Legislativa em 1982 e depois à Câmara Federal por três mandatos consecutivos (1986. 1990 e 1994), em todos eles, sempre articulando e desdobrando-se de modo incansável para atender aos interesses e anseios de São Vicente e região.
Em suma, Koyu Iha é um grande exemplo das melhores qualidades de um ser humano e que poderia, ou melhor, que pode muito bem ser seguido pelas novas gerações da política vicentina.
Imagens: reprodução da matéria publicada na edição de 3/2/1981 do jornal A Tribuna