Início Economia Aumento do Botijão de gás em apenas um ano, assusta consumidores

Aumento do Botijão de gás em apenas um ano, assusta consumidores

A alta dos preços do gás de cozinha vem assustando os moradores da Capital e da Grande São Paulo nos últimos meses. Um levantamento realizado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostra que o botijão de 13 quilos é encontrado de R$ 69 a R$ 90 reais na cidade de São Paulo, a partir de pesquisa feita na semana de 7 a 13 de fevereiro deste ano os valores são semelhantes aos vistos na região metropolitana da capital paulista. Em comparação a janeiro do ano passado, o produto teve alta de até 49% neste começo de 2021.

A cobrança de R$ 70 pelo produto era o máximo permitido de abril até junho do ano passado pelo Governo de São Paulo, por acordo do Procon-SP e o Sergás (Sindicato das Empresas Representantes de Gás Liquefeito de Petróleo da Capital e dos Municípios da Grande São Paulo), mas a medida só teve validade por três meses (leia mais abaixo).

De acordo com a ANP, o preço mais barato da cidade neste momento está em uma distribuidora do Jardim Iguatemi, na extrema zona leste de São Paulo. Já o mais caro, mais precisamente de R$ 89,99, é cobrado por uma empresa do Sacomã, na zona sul. O valor médio na capital paulista pelo botijão de 13 quilos é de R$ 80.

“Esse é o preço do botijão de gás ou porcentagem da eliminação da Karol Conká?”, brincou uma usuária pelas redes sociais. “Daqui a pouco tá mais barato comprar a Petrobrás do que um botijão de gás”, disse outro.

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Uma semana antes, ainda segundo a ANP, a situação era até pior, com R$ 94,90 como preço máximo encontrado na cidade e na Grande São Paulo. O preço é 49% maior que o verificado na pesquisa da ANP de janeiro de 2020, R$ 50,74. O consumidor chegou a pagar neste ano cerca de R$ 25 a mais pelo mesmo produto.

A ANP também mostra o preço no estado de São Paulo. Veja a escalada da média do preço do botijão de gás desde o ano passado:

Janeiro de 2020: R$ 50,74 (preço médio)
Abril de 2020: R$ 50,22
Julho de 2020: R$ 50,87
Outubro de 2020: R$ 71,63
Dezembro de 2020: R$ 74,01
Janeiro de 2021: R$ 75,70
Fevereiro de 2021: R$ 77,90

Conforme levantamento do “Metro Jornal”, o grande responsável pela alta do gás de cozinha é o petróleo internacional. Quem fixa os reajustes do GLP, gás derivado do petróleo e matéria-prima dos botijões é a Petrobras. Desde 2017, a empresa adotou política de paridade com os preços internacionais em seus principais combustíveis. Para o GLP de uso residencial, a regra veio a partir de 2019. É por conta desta política que também tiveram altas recentes a gasolina e o diesel.

A Petrobras, em sua defesa, afirma que não é a única responsável pela formação do preço que chega ao consumidor. O produto vendido nas refinarias é 48% do total, diz informação no site da empresa. Há ainda participação de impostos e valores embutidos pelas revendas.

Governo de SP tabelou
No início da pandemia do novo coronavírus, em abril do ano passado, o Procon-SP e o Sergás (Sindicato das Empresas Representantes de Gás Liquefeito de Petróleo da Capital e dos Municípios da Grande São Paulo) fecharam um acordo limitando o preço de venda do botijão de gás de cozinha de 13 quilos a R$ 70 no Estado.

O diretor-executivo do Procon-SP, Fernando Capez, chegou a anunciar a criação de uma parceria do órgão com o Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas) para combater aumentos abusivos de botijão de gás no Estado.

Equipes do Dope passaram a fazer vistorias para garantir o teto de preço. “O direito ao lucro, que é inerente à atividade empresarial, neste momento não pode ser confundindo com o abuso desse direito”, afirmou Capez.

O acordo para manter o preço do botijão a até R$ 70, porém, só teve validade até 30 de julho do ano passado.

Fonte: Diário do Litoral