A Prefeitura de Santos começou a instalar redes para bloquear o acesso à faixa de areia das praias do município. Na manhã desta sexta-feira (12) um dia após o Governo do Estado anunciar que instalará a ‘Fase Emergencial’ do Plano SP, que começa a valer a partir da próxima segunda-feira (15).
Rogério Santos, que também é presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb), anunciou o fechamento das praias de Santos a partir de sábado (13) já no final da tarde desta quinta-feira (11), poucas horas após o governador João Doria (PSDB) ter afirmado que todos os municípios do Estado entrarão na chamada ‘fase emergencial’ a partir de segunda, o que inclui o fechamento das praias.
“Vou antecipar a decisão de segunda-feira e vou fechar a parte de areia da praia a partir de sábado”, declarou. O decreto com as novas medidas de restrição será publicado amanhã (hoje). Com previsão de sol para o final de semana, o objetivo do chefe do Executivo é coibir que turistas venham para a Região e que os próprios munícipes andem sem máscara. O calçadão, por enquanto, seguirá aberto para prática de atividades físicas individuais.
Antes da coletiva, o presidente do Condesb participou de reunião virtual com os prefeitos da Região e afirmou que todos concordam com o decreto estadual, mas relatou que os outros municípios têm dificuldades em realizar este fechamento. “Os prefeitos concordaram sim, mas há uma dificuldade no fechamento das praias, porque aqui (a praia) é única e as outras não são ou são muito maiores”, disse.
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Em Santos, a faixa de areia será fechada e terá apoio da Guarda Civil Municipal (GCM) na fiscalização. No entanto, o prefeito pediu a colaboração da população. “A Guarda está esgotada. A nossa equipe médica também está esgotada. Todos precisamos do apoio da população. Se não houver conscientização, fica difícil”, disse. “Em março de 2020, no início da pandemia, as pessoas não sabiam muito a respeito da máscara. Passou um ano, é impensável ainda ter que fiscalizar. O intuito não é multar, é tentar convencer as pessoas da proteção individual. É uma questão de cidadania, mas não deveria ainda ser discutida”, completou.
Rogério Santos destacou que a situação é muito mais grave que em dezembro, “quando pudemos ser mais flexíveis”, e lembrou que – apesar do decreto da fase emergencial – 14 regiões do Estado estão na fase vermelha e apenas duas na amarela, como a Baixada Santista, mas alertou: “daqui a pouco ela (região) estará no vermelho. É questão de dias”.
HOSPITAIS LOTADOS.
Segundo o prefeito, a taxa de ocupação das UTIs está em 68% em Santos e 70% na Baixada Santista. Os hospitais Guilherme Álvaro e Vitória estão com 100% e 95% de ocupação, respectivamente.
“A situação é extremamente complicada, vamos ativar aqui mais 60 leitos e estamos trabalhando com planos de abertura de mais leitos. Nossa dificuldade é a contratação de equipes médicas. As equipes estão esgotadas, nenhum município consegue contratar a equipe de Saúde especialista em UTI.”
O chefe do Executivo disse ainda que as UPAs e pronto-atendimentos estão lotados, porque além da Covid-19, aumentaram os casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Santos registra 60 casos de dengue e 84 de chikungunya.
OPERAÇÃO DESCIDA.
Nesta sexta-feira (12), o presidente do Condesb irá para São Paulo conversar com o governador João Doria. De acordo com ele, os prefeitos da Baixada Santista pedem, mais uma vez, que não haja operação descida. Além disso, será solicitado aumento do efetivo para fiscalização e que haja barreiras nas estradas para coibir que os turistas venham para a Região.
EDUCAÇÃO.
As escolas municipais de toda a Região serão fechadas a partir de segunda-feira (13). No entanto, os prefeitos aguardam o decreto estadual para definições sobre a rede particular de ensino. “Também temos dúvidas, que serão discutidas a partir da publicação do decreto do Estado”, esclareceu Santos.
Outra questão que será revista após o decreto é a das academias, que por uma lei municipal estão classificadas como atividade essencial.
O chefe do Executivo lembrou que vem de uma família de comerciantes e sabe o quanto estas restrições “são sofridas”, mas ressalta: “eu acredito que dinheiro a gente recupera, mas a saúde, a vida, não volta atrás”.
Fonte: Diário do Litoral