Da energia do palco para a calmaria da sala de estar; do calor do público para o silêncio do isolamento social.
A quarentena causada pelo novo coronavírus forçou os integrantes do Atitude 67 a darem uma pausa na rotina frenética de shows, eventos e festas, que embalava a banda praticamente desde 2016. Mas quem disse que a energia desses seis caras foi ‘interrompida’? A hora de descansar ficou para depois… aliás, até deu tempo para relaxar um pouco em casa, mas a quarentena rendeu a criação de um EP com composições inéditas do grupo, além de projetos e sonhos que estavam na gaveta há muito tempo.
Pedrinho, Eric, Leandro, Regê, Karan e GP são amigos de infância, crescidos em Mato Grosso do Sul, e hoje moram há cinco anos juntos em São Paulo. Desde que o grupo estourou pelos quatro cantos do Brasil, eles viviam em um ritmo de agenda lotada, muitas vezes, com três compromissos no dia e uma média de 180 shows por ano. De repente, a pandemia parou tudo. Para o vocalista Pedrinho, está sendo um período de resiliência para eles. “Está difícil para todo mundo, mas temos esperança que vai melhorar”.
Segundo Pedrinho, seria praticamente impossível que o sexteto ficasse 100% parado, ainda mais morando juntos e sendo compositores nas horas vagas.
“Apesar de estarmos longe do palco, a gente continua compondo e lançando coisa nova”. E se o forte do grupo sempre foi a composição, visto que todas as músicas são autorais, o resultado não poderia ser outro: “a gente já deve ter escrito uns três discos inteiros nesse período”, lembra Pedrinho, aos risos.
E além das composições, alguns projetos foram colocados em prática. As famosas lives da quarentena, por exemplo, não ficaram fora da agenda do isolamento dos meninos.
“Foram várias experiências novas para nós, porque era o que tinha, né. Curtimos a onda das lives e também participamos do Drive In no Allianz Park. Foi muito louco tocar para o público tanto tempo depois, mesmo sendo com os carros. Deu pra matar um pouco da saudade da galera!”, relembra Pedrinho. Mas absolutamente nada substitui a energia do público ao vivo e a cores.
E em julho, lançaram o Arraiá 67, um álbum de releituras de grandes sucessos das festas juninas, com participações pra lá de especiais. Tudo feito à distância. “Saímos da nossa zona de conforto para gravar esse projeto, e foi muito especial”. Teve a participação do Falamansa, Marcos e Belutti e Tierry.
Poucos meses depois, o grande projeto desse ano do grupo foi lançado: o primeiro EP da banda, o ‘Atitude no Rolê’. Além das músicas alto astral, bem clima do verão e energia boa, os meninos resolveram realizar um sonho da adolescência: viajar o Brasil tocando a música deles, sem pressa e correria. Percorreram o litoral brasileiro e, para gravar os clipes, pararam em duas cidades especiais: Salvador e Rio de Janeiro.
“Voltamos às cidades que são especiais para nós e fomos em pontos turísticos para gravar os clipes. Tivemos a honra de gravar uma de nossas músicas com a Ivete Sangalo e também tivemos a participação de grandes músicos, que são os percussionistas dela”, conta Pedrinho. O EP contém cinco músicas no total, duas delas gravadas em Salvador e as outras duas no Rio de Janeiro.
“Apesar de estarmos sem shows, é muito bom poder colocar essas músicas no mundo. Mesmo à distância, é muito bom ver muitas pessoas se envolvendo”.
A última música do EP Onda foi lançada na última sexta-feira, e leva o nome do álbum, que terá uma segunda parte. E sobre esses próximos passos, Pedrinho é misterioso: “Sem spoiler! Mas garanto que as músicas foram escolhidas e estão lindas. Em breve vamos lançar!”
E se a quarentena rendeu tanta inspiração e trabalho na vida dos meninos, também deu tempo de descansar bastante. E olha que a convivência ainda mais intensa nem desgastou a amizade do sexteto.
“Nossa convivência é muito legal. Já são cinco anos morando juntos. A gente já morava junto, viajava junto, trabalhava junto e sonhava junto. Somos sócios, amigos e irmãos”.
Fonte: Santa Portal