Davi de 8 anos está traumatizado após ser vítima de discriminação racial, injúria e ameaça dentro do conjunto habitacional onde mora, em Praia Grande, na Baixada Santista. O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), na capital paulista.
Priscila Romão, mãe da criança vítima de preconceito, revelou que teme quanto o futuro e desenvolvimento do filho, que mudou completamente após o episódio.
Priscila morava em São Paulo, mas se mudou para Praia Grande após sua filha de 17 anos, que era bem próxima ao Davi, ser assassinada.
No dia do episódio, Davi desceu para a área comum do conjunto habitacional onde mora, para brincar com outras crianças. No entanto, ao se aproximar do grupo, o pequeno foi vítima de preconceito racial por outras crianças e adolescentes que lá estavam.
Os três adolescentes entre 10 e 12 anos teria afirmado que o Davi não poderia estar ali devido à sua “cor de pele preta” e que chegaria até as vias de fato, caso a ele permanecesse ali. Chamaram Davi de “macaco, negro, horroroso e nojento”. que aquele condomínio não é lugar para ele morar, “por causa da cor da sua pele preta”.
A mãe de Davi conta que seu filho apresentou mudanças nítidas logo após o episódio. “Ele não está bem, não quer comer, não quer brincar e chora o tempo todo. Ele sempre falou tudo certinho, mas ficou totalmente gago”, revela.
O psicólogo Robson Douglas comenta que o ato de proibir uma criança de brincar já é algo muito forte que pode desenvolver traumas. Com a questão racial, é como se a criança já soubesse que o destino para ele é uma coisa muito sombria Esse episódio pode desencadear um atraso na evolução das habilidades sociais de Davi.
Fonte: G1 Santos