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Brasileira que vive perto de Gaza revela como é e explica “Quarto de segurança”

Flavia Szafir Zvi, nascida em Santos (SP), compartilhou detalhes sobre o local para onde as pessoas devem se dirigir após os alarmes soarem. Ela relatou que as atividades em estabelecimentos comerciais e escolas foram temporariamente suspensas.

Há quase três décadas residindo em Israel, no Oriente Médio, Flavia Szafir Zvi, que é natural de Santos (SP), está enfrentando uma situação inédita devido aos recentes ataques do movimento islâmico Hamas e à declaração de guerra no país. Em uma entrevista, Flavia, que trabalha como auxiliar de professora, compartilhou que as aulas foram suspensas e sua família teve que se abrigar repetidas vezes em um “quarto de segurança”.

Israel foi alvo de bombardeios na manhã de sábado, principalmente na região sul do país, onde Flavia reside com seu marido e dois filhos adultos, de 22 e 25 anos. Ela explicou que está a 25 km de Tel Aviv e a 30 km da Faixa de Gaza, na cidade de Ness Ziona.

O dia do bombardeio começou com um despertar assustador para Flavia: “Acordamos às 6h30 da manhã com a sirene tocando muito forte, alertando-nos para entrar no quarto de segurança”. Ela esclareceu que o alarme é um protocolo para que a população se abrigue em quartos de segurança, que são cômodos com paredes reforçadas e janelas de ferro. Flavia possui um desses quartos em sua casa, mas aqueles que não têm precisam buscar abrigo nos corredores de seus prédios.

“Entramos no quarto e trancamos a porta por dentro. A porta é mais pesada, as paredes são mais espessas e as janelas são de ferro. Infelizmente, ouvimos os mísseis explodindo com muita tristeza”, descreveu ela.

Em Ness Ziona, as pessoas têm apenas alguns minutos para se abrigar após o alarme soar, mas esse tempo varia de acordo com o município. Flavia também compartilhou que o alarme tocou várias vezes no sábado, então ela equipou seu quarto de segurança com cadeiras e água. “Dizem que é importante ter um rádio de pilha para ouvir notícias, e eu sempre mantenho meu celular com a bateria carregada”, acrescentou.

Além disso, Flavia mencionou que alguns destroços de mísseis atingiram sua cidade, mas a parte mais angustiante são as notícias de mortes e sequestros em outras partes do país.

Ela já precisou se abrigar em quartos de segurança em ocasiões anteriores, mas nunca em um cenário de guerra. Flavia também observou que escolas, comércios e shoppings estão fechados, permanecendo abertos apenas os estabelecimentos que oferecem serviços essenciais, como farmácias e supermercados.