O advogado criminalista Aureo Tupinamba foi preso nesta terça-feira (16), em Santos, na Baixada Santista por ser suspeito de integrar um grupo criminoso investigado por fraudes em licitações em todo o Estado de São Paulo com envolvimento com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Tupinamba foi alvo da ‘Operação Munditia’ do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Além do advogado, na Baixada Santista, o vereador Ricardo Queixão e a servidora pública Fabiana de Abreu Silva foram detidos em Praia Grande, no litoral de São Paulo.
O advogado é diretor da Câmara de Cubatão. Tupinamba atuou na defesa do traficante de drogas André do Rap, apontado como um dos chefes do PCC e condenado a 25 anos por tráfico internacional. Ele está foragido e é procurado, inclusive, pela Interpol.
O advogado Marcelo Cruz, que representa Tupinamba, informou que o acompanhou na delegacia. “Ele se mostra sereno, pois afirma, categoricamente, que não tem envolvimento com nenhuma atividade irregular, muito menos ilícita”.
Cruz disse que solicitou informações dos autos para demonstrar “a atipicidade da conduta” de Tupinamba, que está à disposição das autoridades para esclarecer o que for necessário.
Em nota, a Câmara Municipal de Cubatão informou que tomou ciência da referida operação nesta manhã (16) e que está colaborando com as equipes de investigação, fornecendo todos os documentos solicitados pelas autoridades.
Também em nota, a Prefeitura de Cubatão informou que não foi citada na investigação que apura eventuais irregularidades em contratos da Câmara Municipal. Apesar disso, a administração municipal disse estar colaborando com o MP-SP, fornecendo documentos e informações solicitados.
A pasta acrescentou ainda que Fabiana de Abreu Silva ocupou cargo de confiança de assessora especial de políticas estratégicas e recentemente assumiu o cargo de secretária adjunta de Governo.
Fabiana, porém, foi exonerada nesta terça-feira. De acordo com a prefeitura, o objetivo é garantir imparcialidade as investigações e a defesa da servidora junto ao MP.
As equipes da Operação Munditia cumprem mandados de busca e apreensão em 42 endereços e 15 de prisão temporária em todo o Estado. Para isso, participam 27 promotores, 22 servidores e 200 policiais militares.
De acordo com promotores do MP, o grupo atuava de forma a simular a concorrência com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. Além disso, há indicativos da corrupção sistemática de agentes públicos e políticos (secretários, procuradores, presidentes de Câmara de Vereadores, pregoeiros etc.) e diversos outros delitos – como fraudes documentais e lavagem de dinheiro.
Ainda segundo o MP, as empresas do grupo têm contratos públicos que somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos. Alguns atendiam ao interesse do PCC, que tinha influência na escolha dos ganhadores de licitações e reparte os valores ilicitamente auferidos.
Diversas cidades do estado, entre elas, Cubatão e Guarujá, estão com contratos sob análise. Entre os mandados a serem cumpridos na Baixada Santista, três são de prisão temporária e cinco de busca e apreensão em Cubatão, Praia Grande e Santos.
Fonte: G1 Santos