Início Guarujá Policial agride comerciante na frente dos filhos durante abordagem em Guarujá, SP

Policial agride comerciante na frente dos filhos durante abordagem em Guarujá, SP

Foto: Reprodução

Um comerciante, de 38 anos, foi agredido e xingado por um policial militar durante uma abordagem na frente dos filhos em Guarujá, na Baixada Santista. Em nota, a Polícia Militar (PM) informou que os agentes envolvidos foram afastados e serão investigados.

O caso aconteceu em frente uma peixaria, no bairro Cachoeira. Alessandro Coelho de Oliveira é proprietário do estabelecimento e contou que estava no banheiro quando os policiais chegaram e abordaram os funcionários do local, que estavam descarregando mercadorias da van do comércio.

“Quando eu abri a porta do banheiro, um dos agentes veio com a arma apontada na minha cara, falando: ‘vem ladrão’”, relembrou o empresário, que respondeu ser trabalhador e o dono do estabelecimento.

Mesmo sem saber a motivação da abordagem, Alessandro obedeceu às ordens dos policiais e foi revistado. Ele explicou que tinha passado por uma cirurgia de vasectomia, por isso estava andando devagar.

“Só que eu não gostei que me chamaram de bandido, de ladrão, começaram a me chamar de cuzão. Eu falei que era trabalhador, empresário, que eu não era bandido. Mas, eles continuaram me xingando”, disse o homem.

Apesar de confrontar os agentes em relação aos xingamentos, o comerciante manteve as mãos para trás e a postura solicitada na abordagem. No entanto, um policial segurou a blusa do homem e, em determinado momento, desferiu um soco no rosto dele.

“Ele pegou na minha blusa e deu um soco no queixo”, afirmou Alessandro.

De acordo com o empresário, a cena foi vista por dois de seus filhos que estavam no local. Um deles, de 16 anos, passou a gravar a abordagem com o próprio celular e foi ameaçado pela equipe policial. Já a menina, de oito anos, ficou assustada e chegou a chorar. “Eu tinha acabado de buscá-la no ballet”, disse o homem.

Após a abordagem, os agentes foram embora sem encontrar nada ilícito. Porém, com as imagens salvas das câmeras de monitoramento, Alessandro acionou um advogado.

Acompanhado do advogado Antônio Pacheco, o peixeiro foi até a sede do 2º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) prestar queixa sobre o ocorrido no dia seguinte. Em termo de declaração, Alessandro explicou que tinha passagem por furto em 2012, mas cumpriu a pena em 2016 e, desde então, não cometeu nenhum outro delito.

O advogado explicou que o objetivo é entrar na Justiça solicitando indenização por danos morais. Além disso, a defesa quer que o policial envolvido responda um processo disciplinar. “O disciplinar a gente já deu início, agora a gente vai entrar com reparação civil”, explicou Pacheco.

Em nota, a PM informou que os policiais envolvidos foram identificados e afastados de suas funções enquanto os fatos são investigados por meio de inquérito policial militar”. Ainda segundo a corporação, a conduta registrada nas imagens não está de acordo com os procedimentos operacionais da Polícia Militar.

“A abordagem policial deve obedecer aos parâmetros técnicos disciplinados por Lei e são padronizados por meio dos chamados Procedimentos Operacionais Padrão. Qualquer conduta em desconformidade com esses princípios e protocolos é apurada em suas esferas disciplinar e/ou penal”.

Fonte: G1 Santos