Maria Eduarda Henriques, de 54 anos, é uma mulher transexual, natural de Santos, na Baixada Santista. Ela relatou os desafios e preconceitos que enfrenta, antes e depois de se entender e se assumir, já adulta, casada e com dois filhos.
Duda conta, que desde criança ela se via dentro de alguns conflitos que não conseguia compreender. “Por exemplo, quando me percebia, queria fazer algumas mudanças que eram absurdas na minha cabeça, como ter cabelos mais compridos, usar as roupas da minha irmã, da minha mãe. E me identificava muito com a forma de meninas e mulheres se comportarem”, relembra.
De acordo com ela, sempre foi difícil se encaixar no universo masculino, e conforme crescia, aumentavam as dificuldades para se identificar. Até que resolveu procurar ajuda com terapia em 2017. Começando a entender todo o conceito do que é a transexualidade, passando a auto reconhecer, e sentindo a necessidade se libertar. Mas isso foi sendo construído, levando um tempo.
Após conseguir contar para a família sobre sua identidade de gênero, e saber como falar com cada um dos familiares, que a acolheu de imediato. Iniciou um tratamento hormonal, fezendo alguns procedimentos de adequação corporal, incluindo o crescimento do cabelo, e algumas cirurgias, entre elas a implantação de prótese mamária e procedimentos de feminização.
Para Duda, se auto reconhecer é um ato de coragem. “Acho que, em qualquer idade, isso é extremamente válido, porque é muito difícil lutar contra isso, contra quem somos” afirma.
Duda faz cursos e aprimorou algumas técnicas de joalheria e caleidoscópio. Ela e sua filha criaram uma marca para venda dos produtos. Lançada a empresa delas, chamada ‘Mina’. A marca de design apresenta informação, posicionamento e reivindicação por direitos, representatividade e liberdade da comunidade LGBTQIA+. Conforme explicam, elas dedicam diversos pontos da marca para reforçar essa prioridade. Inclusive, os nomes de seus produtos fazem homenagem a mulheres trans históricas.
Fonte: G1 Santos