Uma cachorra da raça shih-tzu de 6 anos, morreu durante um tratamento de saúde. Ela era alimentada com bitucas de cigarro pelos seus tutores em Praia Grande, na Baixada Santista. Cacau como era chamada, teve câncer de mama e danos no fígado, pâncreas e rins, além de lepra canina.
A protetora Amanda Baltazar foi quem resgatou a cachorra, que segundo ela, estava em um “estado deplorável” e com aparentes problemas de pele. Ela conta que ficou perplexa mesmo com a afirmação dos tutores de que o animal comia bitucas de cigarros.
Cacau começou imediatamente o tratamento na ONG Viva Bicho, localizada em Santos, também no litoral paulista. Porém, assim que o tratamento começou, o animal não resistiu e acabou morrendo.
“Ela já veio com vários comprometimentos no fígado e tinha uma pancreatite [inflamação do pâncreas] severa, tudo por omissão de socorro. Foi tentado de tudo, mas foi irreversível. A gente tem todas as medicações, as mais modernas do mercado. Mas ela ficou muito tempo sem atendimento. Se tivessem procurado ajuda antes com certeza teriam regularizado a situação dela”, declarou a diretora de bem-estar animal da ONG, Leila Abreu.
A médica veterinária especializada em necropsia, Rafaela Cassaniga, acredita que o motivo da morte de Cacau pode ter relação com os cigarros que foram ingeridos, mas só com um exame necroscópico seria possível afirmar.
O caso foi denunciado à Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (Depa). As autoridades policiais estão investigando o caso, mas os detalhes foram preservados para não atrapalhar na investigação.
O advogado e presidente da Comissão de Proteção aos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santos, Felipe Marttinni, afirma que dar bitucas de cigarros a cachorros se enquadra como maus-tratos.
Fonte: G1 Santos