Uma criança de 3 anos sofreu um inchaço no olho e passou sete dias internada após um incidente na creche em Guarujá, no litoral de São Paulo, no qual escorregou e bateu o rosto no bebedouro. Em uma entrevista ao G1 na sexta-feira (29), Karolinne Silva expressou seu desejo de obter esclarecimentos sobre o que aconteceu com sua filha. O caso foi oficialmente registrado na Delegacia de Polícia como um incidente de maus-tratos e está sob investigação.
A unidade educacional informou a Karolinne que as imagens do sistema de monitoramento não foram armazenadas no disco rígido (HD), o que gerou críticas da mãe: “As câmeras estão em funcionamento na creche, mas não gravaram. Isso é muito estranho e contraditório”.
A Prefeitura de Guarujá, através da Secretaria de Educação (Seduc), informou que iniciou um processo administrativo para apurar o incidente ocorrido no Núcleo de Educação Infantil Conveniado (Neic) Jitaro Itano I, localizado no bairro Perequê (veja detalhes abaixo).
Karolinne foi até a escola, acompanhada de sua cunhada, para buscar sua filha Perola. Na unidade, uma das funcionárias informou a elas que a criança estava dormindo. Karolinne observou que sua filha parecia sonolenta e expressou preocupação: “Não posso afirmar que a colocaram para dormir, pois não tenho provas, mas se o fizeram, foi um erro grave […] Demorei 15 minutos para chegar e ela não estava chorando”, relatou.
O incidente ocorreu na quinta-feira, 21 de setembro, e a menina permaneceu internada até quarta-feira, 27 de setembro. O médico que cuidou de Perola durante sua hospitalização alertou a mãe que se a criança realmente foi colocada para dormir, ela correu risco devido ao inchaço interno na cabeça.
Karolinne estava no trabalho quando soube do incidente, após responder a um convite da creche sobre uma palestra. Ela solicita que a direção da escola forneça informações sobre o horário exato do incidente, já que não acredita ter sido informada no momento em que ocorreu. Isso, segundo ela, seria um erro, especialmente porque a criança não foi levada imediatamente ao pronto-socorro.
“Não tenho conhecimento preciso do que aconteceu, quando aconteceu ou se fui notificada no momento exato. A diretora da Seduc alega que não há imagens devido a um problema no HD. Há muitas crianças lá. Espero que nada pior tenha acontecido”, concluiu Karolinne.
Após buscar sua filha na escola, Karolinne a encaminhou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Perequê, onde a criança passou por um exame de raios X. O médico que a atendeu avaliou que não se tratava de uma situação grave e recomendou a aplicação de compressas de gelo e o uso de medicamentos para aliviar a dor.
No entanto, quando Perola retornou para casa e descansou, acordou mais tarde com um olho inchado. Preocupada, a família a levou até a UPA da Enseada, onde a criança passou por três exames de raios X. Foi nesse momento que a médica constatou a presença de uma fratura, identificando um trincado no osso.
Diante dessa nova avaliação, a médica decidiu que Perola precisava ser internada para a realização de uma tomografia. A criança foi, então, transferida para o Hospital Santo Amaro (HSA), onde permaneceu hospitalizada até a quarta-feira passada (27). Durante esse período, Perola foi avaliada por um neurologista e um oftalmologista.
A mãe relatou que o médico responsável pelo caso informou que houve um inchaço interno na cabeça da criança e que, se ela realmente adormeceu após o incidente, havia o risco de que não acordasse mais.
Em casa, a família está em busca de respostas para entender os detalhes do ocorrido. Enquanto isso, Perola continuará sob acompanhamento de especialistas para determinar se há algum risco relacionado à queda.
Karolinne expressou seu desejo de obter informações sobre como exatamente a criança caiu, a maneira como bateu a cabeça e, principalmente, o horário do incidente, a fim de compará-lo com o momento em que foi notificada sobre o ocorrido.
Fonte: G1