Início Notícias Festa do coronavírus em São Vicente termina com bomba

Festa do coronavírus em São Vicente termina com bomba

A Polícia Militar usou bombas e munição química para dissipar um baile com música alta e aglomeração em plena pandemia do novo coronavírus na madrugada da última segunda-feira em São Vicente, litoral de São Paulo. Moradores da Ilha Porchat, onde a ação ocorreu, afirmam que os encontros acontecem todos os finais de semana, reunindo dezenas de pessoas que, além de desrespeitarem a quarentena, causam transtornos nas imediações com barulho e consumo de bebidas.

Uma moradora registrou a ação em vídeo, por volta da meia-noite. Nas imagens, é possível ver a ação policial e centenas de pessoas se afastando do espaço, conhecido como ‘Canto do Ilha’, no início da Avenida Paulo Gonçalves. De acordo com outra moradora, que preferiu não se identificar, os encontros já eram tradicionais antes da pandemia e continuaram a acontecer normalmente após a imposição do isolamento social para conter o avanço da covid-19. “Eles costumam estacionar os carros no início da avenida para escutar música alta, beber e confraternizar com os amigos. Antes, não podia estacionar das 22h até as 10h, e agora a Prefeitura decretou a proibição permanente, justamente para conter esses encontros. Todos os dias tem um festival de multa, mas não adianta nada, pois a bagunça acontece na parte da noite”, diz ela.

A Polícia Militar confirmou as ações multidisciplinares neste fim de semana devido à aglomeração e afirmou, por meio de nota, que o uso de munição química foi necessário, pois a ordem de deixar o local não foi obedecida. A Prefeitura de São Vicente, por sua vez, diz que a Guarda Civil Municipal (GCM) atua na fiscalização de espaços públicos, orientando as pessoas a deixarem esses locais. Em caso de resistência, as encaminha ao Distrito Policial para registro de ocorrência. A Administração ressalta ainda que, neste período de isolamento neste período de isolamento social, a Secretaria de Comércio de São Vicente e a PM realizam conjuntamente ações durante a noite e na madrugada para coibir aglomeração de pessoas em situações de festas, bailes, entre outros

“Não é baile”, diz participante A reportagem conseguiu contato com um homem que estava na aglomeração da Ilha Porchat durante a operação policial. Ele afirma que os encontros não são combinados com antecedência e que a maioria das pessoas que comparecem ao local não se conhecem. “É errado dizer que é um baile. Ali sempre foi um ponto de encontro entre as pessoas. Eu saio do trabalho às 2h e costumo ir com um amigo tocar violão. Sei que é errado atualmente pelo fato de não poder ter aglomeração, mas o que realmente incomoda os moradores são os que extrapolam, colocando música alta nas caixas de som dos carros”, afirma. Ele conta que não notou o início da operação policial e só se deu conta quando ouviu as bombas. “Eu estava mais afastado e não vi como começou. Quando ouvi o barulho das bombas deixei o local o mais rápido que pude. Pelo que sei, ninguém ficou ferido”, finaliza.

Fonte:Uol