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Queda em transplantes de órgãos, chegam ao nível da década de 1980

Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

O ano de 2020 não foi nada favorável aos pacientes em lista de espera para transplante de órgãos no país. As cirurgias de transplante, que vinham subindo ano a ano, sofreram uma queda histórica em comparação com os últimos dez anos. Algumas foram mais afetadas, como é o caso do transplante de rins de doador vivo, com redução de quase 64%, e de pulmão, com queda de 39% -ainda mais escassos por conta da doença respiratória que é a Covid-19.

No caso dos transplantes de rins em vida, foram realizadas apenas 411 cirurgias do tipo em 2020 ante 1.076 em 2019, número comparável ao que era observado antes da criação na década de 1980 do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Nacional de Transplantes, que melhoraram significativamente as taxas de transplantes no país por meio de campanhas de conscientização e a criação dos centros estaduais de transplantes.

Outros transplantes, como de córnea, foram paralisados por potencial risco de contaminação entre doador e receptor -e fecharam o ano com uma redução de quase 53%. Quedas significativas, porém não tão acentuadas, foram também registradas para transplantes de coração (-17%), pâncreas (-12,5%) e fígado (-9%), embora esta última tenha sido menor para doador de falecido do que a queda na taxa de doadores, refletindo um aumento no aproveitamento do órgão.

Os dados são da última edição do Registro Brasileiro de Transplantes, publicação oficial da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), com informações de 2013 a 2020.

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Ao longo de 2020, os transplantes de órgãos e tecidos tiveram uma queda acentuada no primeiro semestre, de quase 40%, seguida por uma subida de 11% em agosto e setembro. A expectativa da associação era que o ano fechasse com redução de cerca de 30% em relação a 2019.

Neste sentido, houve uma boa notícia: a redução na taxa de doadores efetivos por milhão de população (pmp) não foi tão acentuada, chegando a 12,7%, ou de 18,4, no início do ano, para 15,8 em dezembro.

Porém, com uma expectativa lançada em 2015 de chegar à taxa de 24 pmp em 2021, a associação agora espera uma recuperação lenta no ano, tentando voltar ao patamar inicial de 2020, para depois crescer novamente entre os anos 2022 a 2024, quando esse número pode ser atingido.

Fonte: Diário do Litoral