Nesta sexta-feira (4), uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou, que metade dos brasileiros em tratamento contra câncer no Sistema Único de Saúde precisam deixar seus municípios para receber assistência especializada em outras cidades.
Foram analisados 12.751.728 procedimentos, entre cirúrgias, radioterapias e quimioterapia ao longo de dois períodos: 2009-2010 e 2017-2018. A pesquisadora Bruna Fonseca, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz concluiu, que não houve melhora na comparação dos dois períodos estudados.
Os deslocamentos são maiores nas regiões Norte e Centro-Oeste. Destacando que os polos de atendimento estão concentrados nas regiões Nordeste e Sudeste.
O levantamento mostra que a cidade de Barretos, em São Paulo, foi o principal pólo de atração para todos os tipos de tratamento ao longo do tempo. Segundo o estudo, 95% dos pacientes que fazem cirurgia, radioterapia ou quimioterapia no município são de outras cidades.
Os pacientes que precisam se deslocar para o tratamento de câncer relatam diversas dificuldades, como fadiga, longos períodos de espera para retornar para casa, falta de alimentação adequada, falta de dinheiro para a viagem e interrupções contínuas de suas atividades rotineiras.
Como alguns tratamentos requerem visitas frequentes aos centros de assistência especializada, a pesquisa cita que estudos já indicaram que viagens longas para realizar radioterapia estão ligadas a um aumento no risco de mastectomia nos casos de câncer de mama e a uma menor probabilidade de uso de radioterapia entre pacientes com câncer em órgãos como reto, pulmão, ovário e próstata.
Fonte: Agência Brasil