O endividamento dos brasileiros atingiu em março a máxima histórica para o mês, de 77,5%, a maior proporção já registrada nos 12 anos do levantamento.
Os números apontam a tendência de alta do endividamento, apesar de os juros de mercado estarem mais elevados e encarecerem o crédito. Segundo dados recentes do Banco Central, as taxas de juros médias nas linhas de crédito com recursos livres às pessoas físicas aumentaram de 39,4%, em janeiro de 2021, para 46,3%, em janeiro de 2022.
A proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso também alcançou o maior patamar da pesquisa. Com crescimento de 0,8 p.p. em relação ao mês anterior.
A parcela de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e, portanto, permanecerão inadimplentes também acirrou, na passagem mensal, de 10,5% para 10,8% do total de famílias, um aumento de 0,3 p.p.
Outro recorde histórico foi o dos indicadores de inadimplência, no qual 31,1% das famílias de menor renda encerraram o primeiro trimestre deste ano com dívidas.
O cartão de crédito seguiu como destaque absoluto, representando 87,0% do total de famílias endividadas no País.
Segundo a CNC, a retomada do consumo explica o maior uso do cartão de crédito. O endividamento elevado deverá se manter nos próximos meses, com inflação alta, manutenção dos juros altos e fragilidade no mercado de trabalho.
Fonte: Agência Brasil