Nesta terça-feira (7), foi sancionado pelo prefeito Rogério Santos, o projeto de lei que torna o pão de cará um Patrimônio Cultural e Imaterial de Santos.
A ideia surgiu após o alimento começar a ser comercializado em algumas padarias da capital paulista, viralizando na internet.
O pontapé para o projeto de lei foi uma viagem a Pernambuco. “Vi a forma como eles tratam o bolo de rolo e o nosso pão de cará não fica devendo nada para isso”, conta o vereador e consumidor diário da pedida. “Adoro comer no café com manteiga”.
De miolo macio, casca ultrafina, sabor levemente adocicado e acabamento brilhante, o quitute é um dos poucos capazes de abalar o reinado vitalício do pão francês (opa, média!). É sempre o segundo lugar em vendas e ganha com folga do terceiro item mais desejado de cada estabelecimento. A estimativa é que, por dia, 120 mil pãezinhos do tipo saiam de fornos caiçaras.
“Ai” da padaria santista que ousar não colocá-lo na vitrine. Ele bate cartão nos endereços mais antigos, como na Padaria Flor, em funcionamento desde 1930 no bairro do Macuco, e nas mais moderninhas.
Com onze meses de vida na Avenida Conselheiro Nébias, a Casaría divide as prateleiras entre pães artesanais e clássicos da região. “Média e cará não podem faltar em nenhuma padaria de Santos”, conta o sócio Luiz Henrique Menezes.
De acordo com ele, a cada dez pessoas que pedem pão francês na fila do balcão, quatro optam pelo pão de cará. “É um número bem significativo em comparação aos demais”. Alguns clientes brigam pelo pãozinho do meio da fornada. Sem as bordas tostadas pela maior exposição ao calor e o contato com a forma, as unidades ficam ainda mais fofinhas.
Antônio, que também é dono da Arco Íris e já viu turistas levanto a pedida para a Suíça, conclui:
O pão de cará é — e agora, por direito — a comida que mais caracteriza o jeito de ser santista”.
Fonte: Baixada na Rede