A Ilha Porchat não é, de fato, uma ilha, mas um promontório (uma elevação), pois está ligada à ilha de São Vicente por uma ponte, construída para facilitar o acesso, quando, no passado, a maré subia.
Por sua localização estratégica, na entrada da baía, a “ilha” marcava a entrada da Vila fundada por Martim Afonso de Souza. Mas esta elevação já era conhecida dos navegadores antes da colonização, pois como era constituída de densa mata, escondia as sentinelas, em busca de barcos piratas.
Há muitas histórias sobre a Ilha Porchat e seus diversos proprietários. Uma das versões diz que no passado ela foi adquirida por um português mudo e, por isso, passou a se chamar Ilha do Mudo. Quando foi vendida a Luiz Antônio de Souza, no final do século XVIII, recebeu da população o apelido de Ilha das Cobras, até que passou às mãos de outro português, no início do século XIX, que iniciou a criação e caprinos na ilha, apelidada, então, de Ilha das Cabras.
Em meados de 1800 teria sido vendida à renomada família Porchat, que lhe deu o sobrenome, como é conhecida até hoje, mesmo depois de ter pertencido a outros donos, sendo um deles o comendador Manuel Alfaya Rodrigues, até ser alienada ao senhor Francisco Fracaroli Sobrinho.
Com o passar dos anos, a ocupação imobiliária alterou o cenário da ‘ilha’, que ganhou mansões e construções famosas, como o Cassino da Ilha Porchat, a primeira construção no local, que deu lugar, em 1967, ao tradicional e ainda atuante Ilha Porchat Clube. Em 1964 foi construída a imponente Mansão da Ilha, a terceira construção do promontório, existente até hoje, que já abrigou diversas personalidades históricas.
Além do clube e da famosa mansão, a Ilha Porchat mantém bares e restaurantes tradicionais, com uma privilegiada vista da baía, casa noturna e um dos principais atrativos turísticos de São Vicente: o Monumento dos 500 anos, um mirante projetado por Oscar Niemeyer em comemoração aos 500 anos de descobrimento do Brasil. A obra, além da beleza arquitetônica, que lembra uma ave alçando voo, oferece uma vista panorâmica da cidade e das praias da região. Uma linha imaginária aponta o monumento ao Congresso Nacional, em Brasília.
Fonte: Revista 9/Baixada na Rede