O governo falhou ao tentar monitorar as transações de Pix de milhões de brasileiros que vivem da economia subterrânea, movimentando mais de R$ 1,5 trilhões por ano. Esses trabalhadores, que lidam com dificuldades diárias e não têm empregos formais, não querem ser fiscalizados pela Receita Federal. O medo de ser cobrado por movimentações superiores a R$ 5 mil mensais foi o que fez o uso do Pix despencar, não boatos sobre taxação. O monitoramento do Pix deveria focar em grandes sonegadores, não em cidadãos que lutam para sobreviver.
O problema não é fiscal, mas moral: o governo, que gasta mal e favorece privilegiados, não pode pressionar os mais pobres. O limite de R$ 5 mil para o monitoramento é injusto. Vivemos em um país com desigualdades estruturais, onde a economia subterrânea é necessária para evitar mais miséria. Se o governo não tem intenção de resolver essas questões, a melhor opção é simplesmente deixar o povo em paz.