Mais de 100 caravelas-portuguesas foram encontradas mortas por uma equipe de guarda-vidas temporários que trabalhavam em uma praia em Peruíbe, no litoral de São Paulo. O contato com os tentáculos do animal pode causar queimaduras graves. Segundo informado pelo Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMar), o surgimento dos animais é comum na região nesta época do ano, devido à correnteza marítima, mas não em grandes quantidades.
No final do mês de dezembro, banhistas ficaram assustados ao cruzar com centenas da espécie na Praia do Guaraú. Na época, uma turista da Capital, afirmou ter achado que eram sacos plásticos, ou até mesmo preservativos, na faixa de areia.
O novo registro dos animais foi feito na mesma praia, nesta segunda-feira (11). Desta vez, o encontro ocorreu quando os guarda-vidas chegaram para trabalhar, por volta das 8h30. “Eles estavam iniciando o serviço, quando viram as caravelas-portuguesas na areia, já mortas. Havia cerca de 130 na praia”, afirmou o tenente do GBMar, Marcos da Silva Rolim, que comanda a equipe da cidade.
A equipe acionou o Instituto Biopesca, que orientou os guardas a retirar os animais da areia. Os guarda-vidas temporários Dayan Domingues Pereira e Geovane do Prado Gonçalves colocaram as caravelas em baldes para que nenhum banhista tivesse contato e se machucasse.
De acordo com o biólogo Éric Comin, a caravela-portuguesa oferece grande risco porque pode causar queimaduras de até 3º grau já que os tentáculos liberam uma substância extremamente urticante. A queimadura pode até causar uma parada cardiorrespiratória, segundo ele.
“Um risco muito grande está diretamente relacionado a um animal desse bater na região torácica, principalmente, de crianças. Pode ocorrer uma parada cardiorrespiratória”, afirma Éric.
As caravelas foram enterradas pela equipe, conforme orientação do Biopesca, longe do alcance de banhistas. “Aqui é comum elas parecerem. Mas, nessa quantidade e juntas, ainda não tínhamos visto”, afirma o tenente. Ele ainda alerta para que as pessoas tenham cuidado ao chegar perto desse animal.
“Na água, os tentáculos podem chegar até a 15 metros, então, é importante se afastar. Caso haja contato com a substância urticante e tiver queimaduras, a pessoa não deve esfregar. Pode passar soro fisiológico ou vinagre e, em seguida, procurar por atendimento médico”, finaliza Rolin.
Reportagem: G1 Santos