Empresários e lojistas do ramo automotivo realizam uma carreata, na manhã desta quinta-feira (21), nas ruas de Praia Grande, São Vicente e Santos, no litoral de São Paulo. Eles protestam contra o aumento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no estado. Por conta do reajuste, eles temem demissões e o encerramento de muitas lojas.
Os participantes se reuniram no estacionamento do Autoshopping Praia Grande, na Avenida Ayrton Senna da Silva. Os primeiros empresários começaram a chegar às 8h30, horário marcado para a partida da carreata, que atrasou.
A partida da carreata aconteceu por volta de 10h. Eles seguem da Avenida Ayrton Senna da Silva para a Rodovia dos Imigrantes, depois devem passar pela Avenida Capitão-Mor Aguiar, em São Vicente. Lá, eles devem seguir pelas ruas do Colégio e Henrique Ablas até a Praça 22 de Janeiro.
Depois, o grupo continua com a carreata pelas ruas Padre Anchieta, Frei Gaspar, Avenida Antonio Emmerich, retorna pela Rua Albérico Robilarde de Marigni e volta à Antonio Emmerich até a Avenida Nossa Senhora de Fátima, já na Zona Noroeste de Santos.
Em Santos, eles seguem até a entrada da cidade, pela Avenida Martins Fontes. Eles seguem até o bairro Saboó, onde devem encerrar a carreata.
Reajuste
O ICMS na compra de veículos novos e usados sofreu um reajuste no pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo de São Paulo e passou a valer na última sexta-feira (15). Com a mudança, a alíquota para carros zero quilômetro vai de 12% para 13,3%. Já para carros usados, passa de 1,8% para 5,3% – aumento de 207%.
Segundo o governo estadual, o objetivo do ajuste fiscal é proporcionar ao estado recursos para fazer frente às perdas econômicas causadas pela pandemia de Covid-19.
De acordo com os manifestantes, o reajuste “pode significar demissões e o encerramento de muitas lojas de veículos paulistanas”. Eles pedem pela revogação imediata do decreto estadual.
O empresário do ramo automotivo Christian Doin, de 46 anos, afirma que o reajuste não recairá apenas sobre os donos das lojas. “O que dá pra gente absorver, a gente absorve, mas isso não dá”, diz. Ele explica que o receio da categoria é o aumento da informalidade por conta do aumento do valor na venda dos veículos.
“Na prática, empregos vão se dizimar, sem dúvida. Lojas vão fechar, pois o volume [de vendas] vai diminuir. Isso também vai impactar na linha de produção das montadoras”, diz. “A gente também receia que aumente a informalidade, de pessoas preferindo vender o veículo de forma particular, arrecadando cada vez menos imposto”.
Reportagem: G1 Santos