O jovem Eugene Christian Keou Kameni, de 18 anos, de Camarões, país da África Central. Com um sonho de jogar futebol, enfrentou dias escondido em um navio, sem comer nem beber, para chegar ao Brasil. Ele chegou ao Porto de Santos, na Baixada Santista, foi parado pela Polícia Federal, e depois de receber ajuda de uma ONG, conseguiu um local para morar, passando a jogar em times da região, em busca do seu maior sonho: se tornar um atleta profissional, para trazer a família para o país.
O adolescente morava no país africano com a mãe e quatro irmãos. Passava dificuldades e precisar da ajuda de outras pessoas. Decidido a mudar de vida, entrou em um navio em um porto do país com destino ao Brasil. Ao chegar foi parado por agentes da Polícia Federal, que pediram documentos que ele não tinha.
Após os agentes o interrogarem e checarem com o Consulado de Camarões que ele não tinha problemas no país, a ONG Organização dos Haitianos que Vivem no Brasil foi contatada pela PF. O jovem foi recebido pelo presidente da ONG, Mantineau Cherubin, pela vice-presidente Fernanda Aparecida de Araújo e pela coordenadora de projetos Ana Claudia Martins.
Sensibilizados com a história, a ONG conseguiu regularizar os documentos de Christian, que era considerado refugiado. Recém-chegado e sem falar português, ele foi auxiliado pelos responsáveis pela organização, fornecendo toda assistência, já que a ONG não tem sede em Santos. Ele ficou em um albergue da cidade, e durante o dia ficava junto com os responsáveis.
A vinda para o Brasil, conta Christian, foi sem que a mãe dele soubesse. Depois de se estabelecer, ele conseguiu um celular e entrou em contato. A mãe o incentivou a seguir firme no Brasil em busca de oportunidades para ele e a família.
“Ela me fala sempre, em francês, ‘levanta a cabeça e segue em frente’. O coração dela é muito grande. Minha família falou ‘joga bem e rápido e ganha dinheiro’”, brinca o jovem.
Após ter sua história repercutida nas redes sociais, o responsável pelo projeto social Parceiros da Bola decidiu ajudá-lo. Manirilson Souza Rego, de 56 anos, abrigou o jovem na sede do projeto e o colocou para jogar futebol na cidade, fazendo testes para times regionais.
O atleta está jogando em times menores da cidade, e tem feito treinamentos em busca de melhorar o condicionamento físico e conseguir ainda mais chances no meio do esporte.
Fonte: G1 Santos